Os 50 anos chegaram e eu não estava preparada

O tempo sempre passou com suas horas sem eu nunca ter me dado conta de que ele estava contando cada uma delas. Essa despreocupação durou até os meus 25 anos, quando nasceu o João Pedro, meu filho. Como toda mãe, o medo do tempo daquela criança passar e eu não ver era constante. E foi isso mesmo que aconteceu. As horas passaram, os dias voaram, os anos se esgotaram naquele conta-gotas finito.  Leia mais

Vinte e cinco anos de jornalismo em poucas fotos

No dia 7 de setembro completei 25 anos de profissão, nessa data em 1998 fui pela primeira vez para a rua fazer uma matéria. Assunto fácil, pauta ideal para uma foca. Não tenho nenhuma foto daquele dia, muito menos uma VHS do material, mas lembro muito bem o pânico de fazer algo errado e começar mal ou talvez perder a grande chance. Coisa que havia ocorrido três meses antes quando fui reprovada no teste de vídeo, o que não foi nenhuma surpresa para mim, como contei aqui. Leia mais

O nome e a filhote

O nome estava comigo há quase um ano. Anotado, salvo, arquivado. E pulsante, querendo vida além da que eu o oferecia na minha memória que nunca esquecia dele. Era pouco para tanta beleza guardada no bloco de notas.

Eu nem desconfiava que naquela segunda-feira ele, o nome, iria deixar de ser um desejo. Que clichê! Logo no tal dia dos começos, e bem cedinho para rimar com aquele outro, o do madrugador.  Leia mais

Superstição familiar

Joaquim, sem saber o que o aguardava, estava todo serelepe na sala de espera do posto de saúde. Tomou quatro vacinas e uma gotinha. – “Coitadinho!”, comentei com a mãe e a avó dele. E logo em seguida perguntei: -“Colocaram a fralda no freezer?”

É claro que elas haviam colocado! Como interromper a tradição familiar de, na noite anterior à vacinação da criança, colocar uma fralda molhadinha de xixi no congelador? Afinal, não custa nada tentar um jeito tão simples de prevenir que a criança tenha febre após a vacina. Leia mais

Adeus ao ND

Mais uma trajetória profissional encerrada com sucesso e gratidão.

No último dia útil de junho, encerrei quatro anos de trabalho no Grupo ND. Comecei em 2019 como repórter setorista da Grande Florianópolis do jornal ND e em 2021 passei à edição.

Foram quatro anos (com uma pandemia no meio) dedicados ao que eu realmente gosto (queria gostar menos ): jornalismo diário impresso. Leia mais

25 anos é pouco tempo para tanto

Ele nasceu num dia frio de junho, quando a friagem ainda era fenômeno recorrente em Porto Velho. Talvez por isso goste de frio, eu penso.

Hoje, 25 anos após aquele reencontro, também está frio e chove em São José. No café da manhã, bolo de chocolate do jeito que ele gosta. Mas desta vez teve velinhas. “Por que, mamãe?”, ele pergunta. “Porque são 25 anos, meu filho. Data importante!”, eu respondo. Leia mais

Não sou lá de cima

Eu tinha uns 16 anos e procurava emprego com uma amiga, de 18. Naquela manhã a acompanhei até um comércio que existia na rua Brasília, em Porto Velho. O nome do lugar nunca esqueci, Paulista. Um homem branco, alto e estúpido falou, aos gritos, com a minha amiga que não contratava gente da cidade, porque eram pessoas preguiçosas e faltavam ao trabalho em dia de chuva. Leia mais

O dia em que passei a faixa ao presidente do Brasil

“Olha, Lola, Zula, Tena! Olha lá vocês! Vocês estão na posse!” – foi mais ou menos isso que falei para a Aurora, Azula e Atena quando vi, pela TV, a cadelinha Resistência pronta para subir a rampa do Palácio do Planalto com o presidente Lula e o vice Alckmin. Eu nem sabia como segurar tanta emoção dentro do peito. Não era apenas um animal doméstico sem raça e de pelagem preta (que são os mais rejeitados) num espaço de poder. A doguinha estava ali representando a todos os milhares de cães e gatos que estão vagando sem casa e sem amparo por aí. Leia mais

Quero minha saúde mental de volta

Sei que não posso esperar que o externo modifique meu interior, mas está muito difícil me manter tranquila diante de tudo o que está acontecendo no país (e que piorou nos últimos meses).

Como posso achar “que não é nada” associar meninas de 13, 14 anos a sexo? Ouvir um homem de 67 anos dizer que “pintou um clima” e relativizar; sendo que eu mesma fui vítima diversas vezes desse tipo de assédio porque era “grandinha” para a minha idade? Sendo que sou mulher e sei muito bem o que é ser mulher nesse mundo hostil a todas nós? Leia mais