Quem é que não tem uma vergonha de estimação que sua mãe ou pai fez passar quando criança ou adolescente? Eu mesma tenho várias. Mas vou falar apenas de uma dessa coleção. Minha mãe gosta muito de plantas. Sabe muito? A casa dela não tem um jardim, mas uma floresta com espécies variadas. O local funciona também como um hospital, plantinhas dadas como mortas renascem para dar alegria a quem aprecia a vida vegetal.
A história da casa
Há 10 anos nos mudamos para a rua Bandeirantes. Era o começo oficial de uma nova família. Estávamos morando juntos há alguns meses, mas de forma improvisada na kitnet do Zé Carlos. Dois adultos e uma criança. Nada parecido com o quarto apertado de décadas passadas, claro.
Foi uma verdadeira saga até, enfim, mudarmos para nossa casa. Para começar, foi difícil encontrá-la. Procuramos nos bairros que queríamos morar, e nada! Levamos cano de muito corretor, que marcava e não aparecia. Visitamos casas esquisitas e outras cheias de energia desagradável. Eu não aguentava mais tanta demora. Precisava entregar a minha ex-casa para o novo dono. Então não teve jeito. Fomos João Pedro e eu para o apêzinho do Zé Carlos.
Valor somos nós quem damos
O quintal da minha casa é um jardim. Tem palmeiras, primaveras, pimenteiras, muitos cactos, uma variedade de plantas cujos nomes desconheço. A alegria desta semana foi acompanhar o desenvolvimento das primeiras jabuticabas, após quase quatro anos de espera.
Essa árvore resistiu ao escavamento frenético do Argus Maximus. Ela chegou aqui sendo uma frágil plantinha e na terceira vez que foi retirada do chão pelo Argus, ficou em três pedaços. Insistente e otimista que sou, plantei novamente, reforcei a proteção contra as brincadeiras caninas e ela seguiu o curso da vida.