Essa semana está sendo bem estranha. Sem querer, soube que na minha Carteira de Trabalho Digital – da qual desconhecia a existência – estou registrada desde 2013 como ‘operadora de máquina pesada’ no Governo de Rondônia. O período entre 2015 e 2018 como coordenadora de conteúdo não aparece na tal carteira. Ainda não consegui resolver esse mistério.
Do Norte para o Sul
Cinco anos depois, voltamos a Santa Catarina, desta vez por Curitiba. Eu intimamente pensava: “Meu Deus, e se eu sentir que é lá que quero estar, o que vou fazer com essa vontade?”. Quando chegamos à Floripa e o coração disparou tive certeza. A partir de janeiro de 2017 começaram os tijolinhos do pensamento se fixarem com o cimento da positividade. Planos foram feitos e desfeitos até a decisão tomada em junho deste ano quando voltamos à Floripa e conhecemos Angelina, Santo Amaro da Imperatriz, Rancho Queimado e Urubici.
Ao retornarmos para casa, pusemos mãos à obra porque um sonho não se concretiza só com brisa. Casa à venda, bazar no jardim, pensamento 100% na mudança até o começo de 2019 para SC.
Hoje, último domingo na casa que nos acolheu por 10 anos, penso no quanto é possível mudar na nossa vida. Enquanto há vida deve haver sonhos, planos, desejos. O aprendizado de 2018 é: sonhe o possível, acredite, trabalhe para que ele se realize. Mas dê prazo para tudo. Não adianta sonhar com algo para o resto da vida, gastar sua energia em um sonho impraticável. A meta é sua, estabeleça suas regras usando de bom senso. Haverá quem critique e te desestimule. Essas pessoas servem para aprumarmos o rumo dos planos. Ajustes feitos, siga em frente.
Nós seguiremos de Porto Velho a Florianópolis, três humanos e dois cães – uma família. Parece Sessão da Tarde, mas é a vida em movimento.
A história da casa
Foi uma verdadeira saga até, enfim, mudarmos para nossa casa. Para começar, foi difícil encontrá-la. Procuramos nos bairros que queríamos morar, e nada! Levamos cano de muito corretor, que marcava e não aparecia. Visitamos casas esquisitas e outras cheias de energia desagradável. Eu não aguentava mais tanta demora. Precisava entregar a minha ex-casa para o novo dono. Então não teve jeito. Fomos João Pedro e eu para o apêzinho do Zé Carlos.
Até que numa tarde recebo de uma colega de trabalho um classificado. Era ela! O telhado bonito, o pinheiro imponente. Vi tudo isso numa minúscula foto. No dia seguinte fomos conhecê-la. Zé Carlos muito a contragosto, porque a casa estava localizada fora da área delimitada por ele: Nada depois da avenida Guaporé! E a casa amarela ficava após a avenida Mamoré (isso dá algumas largas quadras). Gostei de tudo! A cozinha imensa, o quintal com uma palmeira, um gramadinho.
Iniciamos o processo de compra e longos meses depois mudamos. Domingo, 14 de setembro de 2008. Eu abracei as paredes, beijei o ar, comemorei. João Pedro correu para a rua, havia meninos da idade dele. Era possível brincar. Todos felizes juntos. Reformamos a casa, fizemos um jardim de inverno, deixamos os outros jardins do nosso jeito. Cinco anos depois chega o novo morador, que transformou a vida de todos, Argus Maximus.
Na casa que passamos a viver e planejar nossas vidas, muitas alegrias, algumas doenças, mas muita união. Amigos queridos reunidos, família sempre presente, arraial no jardim, reuniões na cozinha.
Neste ano, por minha insistência, chegou mais uma moradora, a cadelinha mais doce da face da terra – Azula Dora Milaje. Assim como aconteceu com o Argus, Zé Carlos estava meio refratário, mas durou pouco. João Pedro meio enciumado (pelo Argus) tentou ignorar a Azulinha, sem sucesso. Todos juntos em meio a pelos e marcas de patas nas roupas.
Dez anos depois estamos nos mudando. A casa, hoje azul, ficará cheia de energia do amor que emana uma família em um lar.
Vamos para uma nova casa, numa nova cidade, decorar do nosso jeito, encher de plantas e de planos, continuar a vida e construirmos mais uma década juntos.
Ouça suas dúvidas
O orgulho nos faz acreditar que temos o controle sobre tudo. Não temos. Devemos trabalhar para alcançarmos o que desejamos, pedir ajuda aos Céus para nossos planos, sem nunca esquecermos que é nossa tarefa mover todos os recursos possíveis para atingirmos nosso objetivo. E sim, é possível.