Você provavelmente já presenciou uma cena semelhante. No restaurante entra um casal com uma criança, que vai de um lado a outro escolhendo uma mesa para o jantar. “Não, não. Aqui não, é melhor ali”, determina o menino (ou menina), para logo mudar de ideia. O garçom morde os lábios, revira os olhos – mesmo que disfarçadamente, mas você percebe, porque está fazendo o mesmo.
E situações assim se repetem no transporte, seja no avião durante a viagem de férias ou o ônibus escolar, no supermercado (eu queeeero!!) e por onde quer que eles estejam. Eles, os pais sem autoridade e os filhos “dominadores”.
As crianças se aproveitam da permissividade dos pais para agir como bem entendem e assim satisfazer suas vontades, que podem ser apenas mostrar quem manda.
Para esses pais, a criança é alguém com gênio forte, cheio de personalidade. Para os filhos deles, o pai e a mãe são seus realizadores de vontades.
No final de semana presenciei um menino de uns cinco anos fazer os avós de bestas indo de um canto a outro do restaurante escolher a mesa. Isso me fez lembrar de quando meu filho, então bem pequeno, após uma ordem minha (isso mesmo, ordem), perguntou entre os dentes:
– Quando vou mandar na senhora?
– Nunca, porque sou sua mãe e isso nunca vai mudar nessa vida.
Não é por acaso que somos pais. Estivemos na posição de filhos crianças e adolescentes e tivemos bons pais – e não amigos – para sermos educados. Que tal repetir a fórmula com os que estão sob nossa tutela?
Ah, sim. É claro que em alguns casos é preciso algumas adaptações e correções no roteiro. O tempo da vara de goiabeira ficou no passado e deve morrer por lá.